Plantas em extinção no Brasil: razões e regiões de origem

Plantas em extinção no Brasil: razões e regiões de origem

O Brasil é o país com a maior e mais rica flora do mundo, abrigando 60 mil espécies nativas[1]. Entretanto, em razão de diversos fatores que têm como consequência a destruição da natureza, existem muitas espécies que se encontram em extinção. Ao pensarmos no assunto, é muito comum que nos venha à mente espécies de animais como o mico-leão dourado e o boto-cor-de-rosa, porém, as espécies da nossa flora também correm risco, o que significa que muitas plantas podem acabar desaparecendo da natureza em pouco tempo. O desaparecimento da flora pode ocorrer tanto pela exploração da espécie quanto pela devastação do bioma de onde é originária. Atualmente, cerca de 20% da fauna e flora do Brasil se encontram ameaçadas de extinção[2].

Se você quer aprender mais sobre o assunto e conhecer algumas das plantas em extinção no Brasil, leia esse artigo do umCOMO.

Pau-Brasil

Também chamado de ibirapitanga (madeira vermelha) por novos indígenas nativos, o Pau-Brasil é uma árvore que pode atingir até 15 metros de altura e que foi extraída da natureza durante um longo período, no Brasil colonial, sem que houvesse sua reposição. A planta era então enviada à Europa em razão tanto de sua madeira como da coloração avermelhada da resina que produz. No início do período de exploração da espécie, estima-se que 70 milhões de árvores podiam ser encontradas em território nacional[3], inclusive é proveniente nome Pau-Brasil o nome do nosso país. Apesar da história do Pau-Brasil e de sua valorização no passado, hoje em sua a espécie se encontra na lista das plantas ameaçadas de extinção, ainda que atualmente existam programas que visam a conservação da espécie[4].

A planta é conhecida em razão e sua madeira, entretanto, o Pau-Brasil também tem belas flores de tom amarelo bastante chamativo, como pode ser visto na imagem abaixo.

Araucária

Também chamado de pinheiro do Paraná em razão de sua distribuição na natureza, a araucária é uma árvore que pode atingir até 50 metros de altura e que se encontra na lista de espécies mais antigas do Brasil. Apesar de surgir naturalmente em todo o planalto sul brasileiro, a araucária acabou por entrar em extinção em razão da exploração da espécie, quadro que tem sido revertido em razão de políticas de conservação.[5]

Quer aprender um pouco mais sobre espécies nativas? veja também: Flores brasileiras - espécies e características.

Orquídea Cattléia

Dentre as plantas em extinção no Brasil, encontramos a Cattléia, orquídea originária da região litorânea do Nordeste do país.[6]Em razão de sua beleza, a espécie teve sua presença na natureza consideravelmente diminuída pela coleta para fins comerciais. Além disso, também pode-se culpar o desmatamento das áreas de onde surge naturalmente como responsável por tornar essa uma das plantas em extinção no Brasil.

A Cattléia não é a única orquídea que corre risco de extinção no Brasil, por isso, evite retirar a planta da natureza e, caso quiser realizar cultivo de uma em casa, adquira-a em uma loja de jardinagem, garantindo que sua muda foi cultivada com essa intenção.

Se você quer saber mais sobre o cultivo de orquídeas não deixe de conferir nosso artigo sobre o tema.

Jequitibá-Rosa

O Jequitibá-Rosa é uma espécie nativa de árvore que pode ser encontrada nos Estados do Espírito Santo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de São Paulo e do Mato Grosso do Sul.[7]Considerada símbolo do Estado do Espírito Santo, a árvore tem até mesmo data comemorativa, o dia 21 de setembro. Em Linhares, um município do Espírito Santo, há um exemplar de mais de duzentos anos. Em todo o território nacional há pouquíssimas representantes da espécie.

Em razão do desaparecimento do Jequitibá-Rosa da natureza, existem projetos como o Vamos Salvar os Jequitibás-Rosa da Extinção que visam a manutenção e preservação dessa planta em extinção.

Jaborandi

O Jaborandi é um arbusto que cresce naturalmente em todo o território nacional, do extremo Norte ao extremo Sul. Apesar de ser uma planta originalmente bastante comum, a descoberta da pilocarpina causou exploração e consequente risco de extinção da planta, já que a substância é bastante procurada por ser utilizada na oftalmologia.[8]

Além de conter pilocarpina, o Jaborandi também tem outras propriedades medicinais e pode ser usado para tratamento de doenças respiratórias, diabetes, cólica etc. Nestes casos, a planta é consumida em forma de chá.

As espécies aqui vistas são apenas algumas dentre as centenas de vegetais em extinção no Brasil. Antes de adquirir uma muda ou de retirar uma planta da natureza, confira se não se trata de uma espécie que corre risco e que deve ser preservada.

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Referências
  1. GUARIM, V. L. M. S.; FACHIM, E. Conservação da biodiversidade: espécies da flora de Mato Grosso. Acta Botânica Brasílica, Vol. 9, Nº 2, 1995. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/abb/v9n2/v9n2a08.pdf. Acesso em: 04 de novembro de 2020.
  2. JANSEN, R. Brasil tem quase 20% de espécies de plantas e animais ameaçadas de extinção, diz IBGE. Estadão, 2020. Disponível em: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-quase-20-de-especies-de-plantas-e-animais-ameacados-de-extincao-diz-ibge,70003502075. Acesso em: 06 de novembro de 2020.
  3. AGOSTINI, S. D.; BACILIERI, S.; HOJO, H.; VITIELLO, N.; BILYNSKYJ, M. C. V.; BATISTA FILHO, A.; REBOUÇAS, M. M. Ciclo econômico do Pau-Brasil - Caesalpinia echunata Lam., 1785. Páginas do Instituto Biológico, Vol. 9, Nº 1, p. 15-30, São Paulo, 2013. Disponível em: http://www.biologico.sp.gov.br/uploads/docs/pag/v9_1/dagostini.pdf. Acesso em: 06 de novembro de 2020.
  4. ROCHA, Y. T.; BARBEDO, A. S. C. Pau-Brasil (Caesalpinia echinata LAM., leguminosae) na arborização urbana de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Vol 3, Nº 2, p. 58-77, Piracicaba, 2008. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/revsbau/article/view/66344/38195. Acesso em: 06 de novembro de 2020.
  5. BASSO, C. M. G. A araucária e paisagem do planalto sul brasileiro. Revista de Direito Público, Vol. 5, Nº 2, p 1-11, Londrina, 2010. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/viewFile/7370/6501. Acesso em: 06 de novembro de 2020.
  6. FAJARDO, C. G.; COSTA, R. de A.; VIEIRA, F. de A.; MOLINA, W. F. Distribuição Espacial de Cattleya granulosa Lindl.: Uma Orqu&iacut