Plantas exóticas: nomes e características

Plantas exóticas: nomes e características

Ainda que o mais comum seja que encontremos na natureza plantas nativas, é também possível encontrarmos plantas exóticas, ou seja, aquelas de origens distantes que, por ação humana acabam se adaptando e crescendo em locais inesperados. Por incrível que pareça, existem plantas exóticas que se adaptaram tão bem e há tanto tempo em ambientes diferentes que nem ao menos sabemos que se trata de uma espécie originária de outras regiões, sendo elas, por vezes, responsáveis por alterações na mata onde se encontram, já que são capazes de desestabilizar e tomar o espaço de plantas nativas.[1]

Agora que você já sabe o significado de plantas exóticas, quer saber um pouco mais sobre essas espécies? Conheça nomes e características de 11 plantas exóticas neste artigo do umCOMO.

Impatiens walleriana: maria-sem-vergonha

A primeira da nossa lista de plantas exóticas no Brasil é a beijinho, avenca ou maria-sem-vergonha. Ela tem nome científico de Impatiens walleriana e é uma espécie originária do leste da África[2]. Ela foi trazida para o Brasil e se adaptou com facilidade. A espécie surge em diversas regiões do país de forma involuntária, fazendo com que por vezes acreditemos se tratar de uma espécie nativa do Brasil.

O principal atrativo da Impatiens walleriana são suas flores coloridas, que podem ser rosas, vermelhas, brancas, amarelas ou laranjas e que são frequentemente utilizadas para decorar jardins e canteiros, já que florescem durante o ano inteiro. Outro favor atrativo na planta é seu pequeno porte, o que a torna facilmente cultivável em espaços reduzidos.

Se você procura plantas exóticas para jardim ou plantas exóticas para vasos, essa será uma ótima opção.

Coffea

Um dos exemplos de plantas exóticas mais inesperados é o do café. Afinal, o produto se adaptou tanto e fez tanto parte da história de certas regiões do país, como é o caso do estado de São Paulo que é até mesmo difícil imaginá-lo como oriundo de outro lugar.

Apesar de, na verdade, ser originário da Etiópia, o café se tornou um dos grandes produtos de exportação do Brasil[3], sendo uma uma das mais destacáveis plantas exóticas no país.

Centella asiática

Ao contrário de outras que se destacam por sua beleza, a Centella asiática é uma planta bastante conhecida em razão de suas propriedades medicinais antioxidantes, analgésicas e antimicrobianas.[4]Apesar de ser possível consumir a planta por meio de sucos, batendo suas folhas com água, também encontramos a planta sendo vendida em forma de cápsulas em lojas de produtos naturais, o que facilita seu consumo.

Se quiser aprender mais sobre o assunto, acesso o nosso outro artigo que conta quais os benefícios da Centella asiática.

Hedychium coronarium: lírio do brejo

A Hedychium coronarium, conhecida popularmente como lírio-do-brejo, é uma planta aquática originária do Himalaia, mas que acabou se adaptando e crescendo em diversas regiões do Brasil.[5] Em razão de suas folhas de tom verde bastante intenso e de suas flores brancas, a espécie é usada como planta ornamental.

Além de conhecer algumas plantas exóticas raras, você também pode conhecer algumas plantas nativas daqui que estão em extinção. Se tiver interesse no assunto, veja também plantas em extinção no Brasil.

Deparia petersenii: senhora-samambaia-negra

Outro exemplo de planta exótica é a chamada popularmente de senhora-samambaia-negra ou senhora-samambaia-japonesa. Seu nome científico é Deparia petersenii, ela é uma planta originária da Ásia, mas que surge no Brasil de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo mais comum em locais úmidos.[6]

Por ter aparência similar, a planta pode ser confundida com outras espécies de samambaia nativas do Brasil, ainda que tenha sido introduzido artificialmente no país. Veja na foto o formato de suas folhas para quando você se deparar com uma.

Melinis minutiflora: capim-gordura

Também chamado de capim-gordura, capim-melado, entre outros nomes, essa é uma espécie originária da África que acabou por se naturalizar por toda a América em sua parte tropical e subtropical[6], sendo facilmente encontrada no Brasil. A planta possui algumas variedades e pode surgir em tom roxo, amarelado ou branco.

Ao contrário de algumas espécies exóticas que acabam chegando em um local diferente do seu original por pura coincidência, esse capim e chegou às Américas, pois foi utilizado para fazer cama para pessoas que foram escravizadas no Brasil e também para acender fogueiras e atear fogo para a criação de pastos.

Poa annua: pastinho-de-inverno

Originário da Europa, o Poa annua, também chamado de pastinho-de-inverno é uma planta que surge na região Sul do Brasil e em parte do estado de São Paulo.[6]

Essa é uma espécie invasora que costuma crescer em beiras de estrada, terrenos baldios e jardins, não causando prejuízos para plantas locais, mas também não tendo uma utilização específica como é o caso das plantas ornamentais.

Polygonum persicaria: erva-de-bicho

Mais conhecido como erva-de-bicho, essa é uma das plantas exóticas encontradas no Brasil e que se faz presente desde o Distrito Federal até o Rio Grande do Sul.[6]

Além de ter uma aparência agradável e de ser boa para ser usada como planta exótica ornamental, a espécie também tem funções curativas. Ela pode ser utilizada em razão de suas propriedades hemostáticas, vasoconstritoras, cicatrizantes e anti-inflamatórias.

Citrus limonia

Originária da Índia, essa espécie foi introduzida no Brasil de forma proposital no final do século XIX em razão dos frutos produzidos, que são uma espécie de limão bastante útil na culinária, além de dar belas flores brancas.[6]

Apesar de ser sido introduzida no país há bastante tempo, essa continua na lista de plantas exóticas no Brasil por ter vindo de terras distantes e ter passado por um processo de adaptação.

Prunus persica

Dentre os nomes de plantas exóticas mais conhecidos está o da Prunus persica, ou seja, a planta produtora do pêssego. Por incrível que pareça, grande parte dos vegetais dos quais nos alimentamos têm origens distintas e esse é vindo da China[7], tendo sido trazido para o Brasil e para diversos outros países em razão de seus frutos.

Mangifera indica

Um dos frutos bastantes tropicais que têm a cara de serem nativos, mas que vêm de outro lugar é a manga, planta nativa da Índia Oriental[8], mas que acabou se adaptando bastante ao clima brasileiro e acabou de tornando até mesmo um dos produtos de exportação do país, assim como foi o caso do café.

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Referências
  1. CAMPOS, N. R.; SIQUEIRA, P.; VOLTOLINI, J. C. Abundância da planta invasora maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana) em trilhas com diferentes níveis de uso turístico, Caxambu, MG. In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 8., 2007, Caxambu. Anais [...]. São Lourenço: Sociedade de Ecologia do Brasil, 2007. Disponível em: http://www.seb-ecologia.org.br/revistas/indexar/anais/viiiceb/pdf/996.pdf. Acesso em: 25 dez. 2020.
  2. SILVA, R. de S. Influência das espécies exóticas Hedychium coronarium J. König (lírio-do-brejo) e Impatiens walleriana Hook. F. (beijinho) sobre a comunidade vegetal nativa do parque nacional da Serra dos Órgãos/RJ. 2010. Monografia (Graduação em Engenharia Ambiental) - Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2010. Disponível em: http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/bitstream/handle/123456789/8740/2010_2_Raphaelli-de-Souza-Silva.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 25 dez. 2020.
  3. JACOMINI, R.; BACHA, C. J. C.; FERRACIOLI, K. G. Comparação entre as políticas de café do Brasil e da Etiópia a partir de 1990. Política Agrícola, v. 24, n. 1, p. 20-31, Brasília, 2015. Disponível em: https://seer.sede.embrapa.br/index.php/RPA/article/download/963/854. Acesso em: 25 dez. 2020.
  4. MONTON, C.; SETTHARAKSA, S.; LUPRASONG C.; SONGSAK, T. An optimization approach of dynamic maceration of Centella asiatica to obtain the highest content of four centelloids by response surface methodology. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 29, n. 2, Curitiba, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2019000200254&lang=en. Acesso em: 25 dez. 2020.
  5. SANTOS, S. B.; PEDRALLI, G.; MEYER, S. T. Aspectos da fenologia e ecologia de Hedyc&