Como fazer um jardim japonês
Os jardins orientais, chineses e japoneses, são um espaço na natureza muito direcionado para a meditação. Assim sendo, enquanto que no ocidente se costuma associar jardins a lazer e convívio, os povos do ocidente encaram-os como espaços de harmonia, calma e procura espiritual. Por essa razão tudo nos jardins japoneses é colocado segundo uma ordem, a do Feng Shui, de forma a originar harmonia e energias positivas. Nada é deixado ao acaso e todos os elementos típicos de um jardim japonês, nomeadamente a água, as pedras e o bambu, têm uma simbologia própria. Se ficou curioso quanto a este tipo de jardim e pretende saber como fazer um jardim japonês, continue lendo este artigo de umComo.com.br.
Passos a seguir:
Os jardins japoneses são tipicamente grandes e localizados em espaços com colinas e lagos. Para os povos orientais eles representam uma das mais sublimes formas de arte, pois refletem a essência da natureza e permitem a ligação do homem com ela. Mantendo os traços gerais, é possível recriar um jardim japonês em sua casa, ainda que o espaço disponível seja pequeno.
Outra caraterística dos jardins japoneses é que os elementos devem dar a ilusão de que não foram colocados lá por mão humana, tal como nos jardins ingleses, mas com a preocupação de formar uma composição harmoniosa que transmita calma e não sobrecarregue a paisagem. Por essa razão, ao fazer um jardim japonês deve definir os espaços para cada um dos elementos. Reserve um lugar para o elemento água, disponha as árvores separadamente, crie um espaço para as pedras e planifique onde irá colocar alguma estátuas ou esculturas, as quais deverão ficar junto a arbustos.
Comece por semear grama em todo o espaço, de preferência grama japonesa (Zoysia japônica), ou grama esmeralda, como é chamada no Brasil. O verde é a cor predominante nos jardins japoneses, a qual é combinada com pequenos toques de cores que as árvores e arbustos conferem. Num jardim japonês as árvores devem manter o seu aspeto durante todo o ano e, de preferência, durar muito tempo de forma a passar de geração em geração, transmitindo uma ideia de continuidade e herança. Opte pela cerejeira-japonesa-rosa (Prunus campanulata), magnólia ou tulipa-de-árvore (Magnolia liliiflora), Acer de folhas verdes (Acer palmatum), pinheiro japonês (Pinus thunbergii) e bambu (Phyllostachys pubescens).
Num jardim japonês, as pedras cumprem suas funções: decorativa e utilitária. Na primeira elas são dispostas um pouco por todo o espaço, mas sobretudo próximas do elemento água. Como função utilitária servem de caminho, e existem dois tipos de caminho de pedras: Nobedan, com pedras dispostas em mosaico, de vários tamanhos mas todas uniformes no topo; e Tobiishi, com pedras de tamanhos maiores, irregulares e mais afastadas entre si. Este último tipo de caminho encerra uma simbologia: por suas pedras serem de formado irregular, somos obrigados a prestar atenção à caminhada, concentrando-nos no momento e deixando de parte os problemas cotidianos.
Relativamente ao elemento água, este poderá surgir sub forma de lago, rio, fonte ou cascata. Em qualquer uma das opções que escolher, faça questão de incluir carpas Nishikigoi-koi, bem típicas deste tipo de jardins e símbolo de fertilidade e prosperidade. Para decorar, erga uma ponte arredondada sobre o lago ou crie um caminho nele, que simbolizam auto-conhecimento e evolução para atingir um nível superior em termos espirituais. Em torno do elemento água, inclua pedra-sabão, uma disposta na posição vertical para simbolizar o pai, outra na posição horizontal para representar a mãe e as restantes, menores, que serão os descendentes.
Dentro do próprio jardim japonês, poderá reservar espaço para um pequeno jardim zen. São muito fáceis de recriar e apenas necessitam de dois elementos: pedra e areia. Comece por dispor areia branca numa pequena área e, em seguida, dê-lhe formas onduladas com um ancinho, prática dos antigos monges budistas. No meio, disponha várias pedras separadas entre si. A simbologia deste jardim zen é muito interessante: a areia representa o mar e as pedras, ilhas. Este elemento decorativo simples contribuirá para a sensação de calma e tranquilidade que se pretende criar num jardim japonês.
Um outro elemento muito presente e importante nos jardins japoneses são as lanternas. As mais típicas são chamadas de Yukimi e surgem sob forma de casinhas podendo medir até 1,20 m. Disponha-as próximas da água, ao longo dos caminhos de pedras e nos locais de convívio. Tal como os outros elementos presentes num jardim japonês, também as lanternas têm o seu significado: simbolizam o fogo e a luz, clareando a mente de quem passeia pelo jardim e promovendo a iluminação espiritual.
Tal como referido no início deste artigo, os jardins japoneses servem o propósito da meditação, do contato com a natureza e do relaxamento. Para isso, será útil se puder instalar em seu jardim um espaço semelhante às antigas residências japonesas de madeira com portas e janelas shoji, que funcionam como uma moldura natural para a vista do jardim. Esse espaço servirá para a meditação e também como casa de chá, visto que a toma de chá é um hábito muito japonês e bastante relaxante.
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