Plantas de jardim

O que são plantas epífitas

 
Yasmin Fonseca
Por Yasmin Fonseca. 28 julho 2021
O que são plantas epífitas

As epífitas são plantas que todos conhecem e que muitos têm em casa, mas poucos sabem distingui-las, defini-las e entender o motivo evolutivo que as fazem como são. De forma resumida, podemos dizer que essas são plantas que se acoplam a outras, mais altas, para as utilizarem de apoio, sem que isso interfira na qualidade de vida da planta à qual estão acopladas, sendo, assim criada uma relação de comensalismo[1], sobre o qual falaremos mais abaixo. Por não afetarem outras espécies, as epífitas são uma boa opção para termos em casa, além de serem bastante bonitas e servirem de adorno para nossos jardins.

Se você quer saber mais sobre essa categoria de plantas e entender mais sobre o que são e como interagem com o ambiente a seu redor, veja o que são plantas epífitas neste artigo do umCOMO.

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Índice
  1. O que são planta epífitas
  2. Por que as plantas precisam de luz
  3. Exemplos de plantas epífitas

O que são planta epífitas

Segundo artigo publicado por revista do Instituto de Botânica, localizado em São Paulo, as epífitas são plantas que não têm conexão direta com o solo, fazendo uso de outra espécie para se acoplar e ter suporte, sendo a única a se beneficiar da relação, ainda que não prejudique a outra, caracterizando, assim, uma relação de comensalismo.[1]

Tal categoria existe dentro da flora, pois a luz é um elemento essencial para as plantas e, fazendo uso de plantas de maior estatura, as epífitas conseguem absorver mais luz solar, afinal, estão mais próximas ao topo de florestas do que plantas de baixa estatura.

Um fato que comprova toda a lógica desse tipo de planta é que elas estão mais presentes em florestas tropicais[2], que, em razão de sua densidade, acabam por impedir que uma quantidade considerável de luz chegue às partes inferiores da mata.

Se falamos de plantas que necessitam de pouca luz para sobreviver, isso não é um problema, entretanto, as epífitas, por necessitarem de uma qualidade razoável de luz solar, foram escolhidas pela seleção natural para, ao mesmo tempo em que são pequenas e precisam de luz, serem capazes de se acoplar em plantas mais altas e, assim, terem a iluminação natural necessária para sua sobrevivência.

Se você chegou até aqui querendo adicionar espécies a seu jardim, mas está preocupado com a escolha, veja também quais são as plantas tóxicas, o que te ajudará a selecionar as mudas perfeitas para seu projeto.

Por que as plantas precisam de luz

Todo ser vivo necessita de nutrientes básicos para sua sobrevivência, e no caso das plantas não é diferente, entretanto, seus meios de aquisição de nutrientes são bastante diferentes daqueles utilizados por animais.

A luz solar é importante para as plantas, pois é por meio dela que realizam a fotossíntese, processo químico essencial para a sintetização de carboidratos essenciais para sua sobrevivência[3], sendo esse o motivo pelo qual devemos sempre garantir que luz suficiente esteja disponível para nossas plantas, principalmente aquelas que mantemos dentro de casa.

Ainda que a luz seja necessária para toda e qualquer espécie de planta, é necessário que, ao adquirirmos uma nova espécie com a qual não estamos acostumados, façamos uma breve pesquisa para nos certificar acerca da necessidade da tal espécie em relação à luz, afinal, existem plantas que precisam de mais ou menos luz, necessidade que está vinculada ao local de origem da espécie.

Quando falamos de cactáceas, é esperado que essas plantas necessitem de pouca água e de bastante luz, afinal, são originárias de regiões semi-áridas[4]; a mesma lógica pode ser implantada para qualquer espécie vegetal.

O que são plantas epífitas - Por que as plantas precisam de luz

Exemplos de plantas epífitas

Agora que você já sabe o que são plantas epífitas, certamente ficará mais fácil reconhecê-las, seja em ambiente sob controle humano, como jardins e lojas de plantas, seja em meio à natureza. Ainda que já tenhamos falado bastante sobre o assunto, é sempre bom ter exemplos para que você saiba com precisão distinguir elas de outras similares que também se acoplam em árvores, afinal, essas plantas representam aproximadamente 10% das plantas vasculares[1], estando muito presentes em nosso dia a dia, valendo a pena o conhecimento para todo e qualquer amante das plantas. Veja abaixo as mais comuns e reconhecíveis epífitas.

  • Orquídeas: o reconhecimento das orquídeas é bastante simples, afinal, essa família de plantas é caracterizada por ter exatas três sépalas e três pétalas, ambas bastante similares, sendo que uma de suas pétalas se distingue por ser mais desenvolvida do que as outras.[5]
  • Bromélias: originárias das Américas, as bromélias se desenvolvem nos mais diversos ambientes, entretanto, podem ser distinguidas por terem flores com perfeita simetria e, por se reproduzirem de forma assexuada, costumarem conter brotos em seus caules que darão origem a mudas de forma natural.[6]
  • Gesneria: também possuidora de belas e atrativas flores, as gesnerias são caracterizadas por terem folhas suculentas, sementes aladas ou com plumas e por serem atrativas para beija-flores.[7]

Como você viu acima, as orquídeas são epífitas, sendo uma escolha muito comum na hora de adornarmos nossos jardins. Entretanto, você também deve saber que essas não são das plantas mais fáceis de se cuidar, sendo necessário nos aprofundarmos um pouco no assunto antes de resolvermos plantá-las. Para saber mais sobre essa família e sobre seus cuidados, veja como cuidar de orquídeas.

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Referências
  1. KERSTEN, R. A. Epífitas vasculares: histórico, participação taxonômica e aspectos relevantes, com ênfase na Mata Atlântica. Hoehnea, São Paulo, v. 37, n. 1, p. 9-38, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S2236-89062010000100001. Acesso em: 23 jul. 2021.
  2. FRANCISCO, T. M. Interação entre epífitas vasculares e forófitos: estrutura e padrões de distribuição. 2017. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goycatazes, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3i4gFS8. Acesso em: 23 jul. 2021.
  3. BARJA, P. R. Produção e difusão de oxigênio: processos biofísicos da fotossíntese investigados com a técnica fotoacústica. Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000. Disponível em: https://bit.ly/2VYSGvk. Acesso em: 23 jul. 2021.
  4. SIEGLOCH, A.; CARVELHO, L. R.; PRADO, S. O.; LIMA, R. A. O potencial de espécies da família Cactaceae no Brasil: uma revisão sistemática. Biodiversidade, Cuiabá, v. 19, n. 4, p. 82-89, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3eRPJU2. Acesso em: 23 jul. 2021.
  5. NICOLAU, P. B. Conhece a flor das orquídeas?! Lusorquídeas, Inhuma, v. 9, n. 1, p. 24-26, 2017. Disponível em: https://bit.ly/370NskN. Acesso em: 23 jul. 2021.
  6. CARVALHAES, M. A. Florística, riqueza e abundância de bromélias epífitas e o manejo de florestas de caixeta, Iguape, São Paulo. 2005. Tese (Doutorado em Ciências de Engenharia Ambiental) - Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005. Disponível em: https://bit.ly/3hZoGYC. Acesso em: 23 jul. 2021.
  7. DIAS, A. S. Ecol
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